Frutas na Introdução Alimentar
- Nathalia G. Escudeiro
- 17 de fev. de 2017
- 4 min de leitura
Na introdução alimentar, uma das dúvidas de muitas mães é sobre as frutinhas. Afinal, tradicionalmente, iniciamos a alimentação complementar por elas. Assim... não é necessariamente uma regra ter que começar pelas frutas, mas fazemos isso pelo fato de termos o paladar inato mais favorável ao doce, e esta característica é mais acentuada nas frutas do que nos legumes e verduras. Nada te impediria por começar pela batata, só que a aceitação pode não ser das melhores, uma banana bem madura, docinha, normalmente faz mais sucesso.
Em relação à introdução das frutas, há 4 questionamentos importantes que precisam ser esclarecidos: como ofereço, qual posso oferecer, qual não posso oferecer e quanto o bebê deve comer.
As respostas para este esclarecimento são baseadas nas orientações do Manual da Sociedade Brasileira de Pediatra (2012), e pode ser acessado facilmente por qualquer um de nós.

1) Como oferecer a fruta?
Em matéria já publicada aqui sobre sucos na introdução alimentar, comentei que esta não é a maneira correta de se iniciar a oferta de fruta. O suco não substitui a fruta in natura, a quantidade diária não deve passar de 100ml/dia (até 12 meses) e se for oferecido, o momento correto é após as papas principais (almoço e jantar). Portanto, a fruta deve ser ofertada in natura, sozinha, sem adição de açúcar e amassada com o garfo. Não recomenda-se misturar as frutas de início, pois é importante que a criança se familiarize com o sabor específico de cada fruta.
RESUMO: in natura, sozinha, amassada com garfo e sem açúcar. Bebê deve estar sentado, sem inclinação.
2) Qual posso oferecer?
TODAS. Isso mesmo mamães, não existe mais restrições quanto às frutas. Qualquer fruta pode ser oferecida desde que seja in natura, amassada com garfo e sem adição de açúcar. O morango, antigamente, era proibido por questões alergênicas que já caíram por terra. Importante frisar que alguns profissionais não liberam o morango devido a alta concentração de agrotóxico, e aí eu concordo. Prefira o morango orgânico caso queira oferecer ao seu bebê, e até mesmo se você quer consumir, não é recomendação apenas para as crianças (isso não está no manual, é minha conduta pessoal quanto aos orgânicos rs).
Claro, quanto mais madura estiver a fruta, mais docinha ela vai estar e maior a chance de aceitação, por isso tão comum começar por banana, maçã, manga, mamão... Mas nada te impede de começar por maracujá, figo, ameixa, kiwi...
RESUMO: todas estão liberadas, sendo in natura, amassadas com garfo e sem adição de açúcar.
3) Qual não posso oferecer?
Como dito anteriormente, nenhuma está proibida. Mas, é importante atentar-se, por exemplo, as frutas que tenham sementes. A uva pode ser ofertada sem problemas, porém não devem ter sementes e precisam ser cortadas longitudinalmente, para diminuir chances de engasgos. Essa recomendação de corte, também serve para os tomatinhos cereja. Já ouvi que profissionais não liberaram o abacate devido a alta quantidade de gorduras. Bom, o abacate é mesmo uma fonte de gordura, intitulada ‘’boa’’, mas não tem nada que impeça o bebê de comê-lo. Além do mais, no início, seu bebê vai ingerir de 1-2 colheres de sobremesa da fruta, dificilmente ele vai comer a porção inteira do alimento. Pode acontecer de haver alguma ‘’proibição’’ especial para o seu bebê, devido à alergia ou por estágios de desenvolvimento, porque, claro, existe alergia relacionadas às frutas, e também bebês que iniciam a introdução alimentar com 4/5 meses, o estágio de desenvolvimento, nestes casos, é importantíssimo. RESUMO: a princípio, todas liberadas. O que pode interferir são as alergias e o estágio de desenvolvimento individual de cada bebê.
4) Qual a quantidade que devo oferecer?
Então... Segundo o manual, a porção deve variar entre 33-120g (depende da fruta). Na prática, isso é bastante. É difícil que um bebê sozinho, que tenha controle sobre a refeição, ingira essa quantidade. Para que não fiquemos encanados com a quantidade entre a fase de 6-12 meses, é importante lembrar que o leite materno e a fórmula (se for o caso), serão o principal alimento do bebê até os 12 meses. A fase da alimentação complementar precisa ter como principal objetivo, a familiarização da criança com o alimento. O fato de seu filho não ingerir muito da fruta, não significa que ele não gostou. Se ele cheirou, lambeu, amassou, esfregou, comeu um tiquinho, enfim... isso faz parte do processo de familiarização. Fechar uma quantidade exata de consumo, pode ser um erro e ainda frustrante para quem está ofertando. Preciso dizer que alguns chegam a consumir maior quantidade, mas muitas vezes é pela oferta tradicional de papinhas, onde quem está ofertando é quem conduz a refeição. Cada família vai optar pelo método de oferta que achar melhor e mais seguro para si.
RESUMO: não encanem com quantidade no início, a palavra do momento é familiarização. Processo este, que não envolve apenas o paladar, mas também o olfato, tato e a visão.
*Para famílias que optaram pelo método BLW, as recomendações são as mesmas quanto ao tipos de fruta, só diferindo na forma de oferecer.
Mande suas dúvidas e sugestões! Será um prazer responder =]
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