Diabetes Gestacional, qual o perigo?
- Nathalia G. Escudeiro
- 4 de abr. de 2017
- 3 min de leitura
É importante falar sobre DG, pois 7,6% das gestantes brasileiras, maiores de 20 anos, tem diabetes na gestação. 0,7% dos óbitos maternos ocorrem por complicações da DG.
Vou começar explicando beeeem brevemente o que acontece com o metabolismo da glicose na gravidez, para que vocês entendam o quanto ele é importante para o crescimento e desenvolvimento do bebê, e para formação de reservas energéticas da mãe.

Basicamente é assim: o corpo da grávida precisa fornecer glicose para dois. Então, por esse aumento da demanda e por ações hormonais, já é esperado que haja mudanças no metabolismo da glicose na gestante, pois o que antes supria só a mãe, agora precisa também suprir as necessidades do bebê, que são altíssimas por sinal. Se a mãe não apresenta DG, estas mudanças seguirão o curso da natureza, suprindo as necessidades de ambos, e ninguém será prejudicado por isso.
O que acontece nas gestantes com diabetes, é que essas mudanças não ocorrem de maneira natural, as necessidades de ambos, mãe e bebê, ficam prejudicadas e o metabolismo de glicose fica ''bagunçado''. Na mãe com DG, os níveis de glicose ficam muito altos. Como um dos comandos do corpo na gestação é deixar glicose disponível para o bebê, é isso que vai acontecer. A mãe com DG não consegue usar a glicose que tem (porque a ação da insulina é deficiente), deixando-a disponível. Havendo muita glicose disponível no sangue da mãe, ela vai ser mandada de maneira exagerada para o bebê, e é aí que o perigo aparece.
O bebê vai receber altas ‘’doses’’ de glicose vindas da mãe, e como ainda é imaturo, não vai dispensar nenhuma glicosezinha. Sendo assim, como ele recebe mais do que precisa, mas não joga fora, ele vai guardar em forma de gordura. Logo, teremos um bebê que chamamos de GIG (grande para idade gestacional), pesando 4kg ou mais. E não, pesar tudo isso não é sinal de um bebê saudável. Agravando mais a situação, por ter recebido muita glicose, seu pâncreas trabalhou mais do que devia, a fim de produzir insulina o suficiente para captar a glicose vinda em excesso.

Toda gestante deve fazer acompanhamento da glicemia de jejum antes da vigésima semana gestacional e caso exista alteração, novos exames devem ser feitos para que o diagnóstico de DG seja fechado.

Existem mulheres que possuem um ou mais fatores de risco para o desenvolvimento de DG e isso precisa ser levado em consideração no momento de engravidar. Atualmente, o ganho de peso excessivo na gestação e o sobrepeso/obesidade pré-gestacionais são os maiores causadores de DG. Em contra partida, são fatores controláveis e que podem ser eliminados quando se procura a ajuda do profissional nutricionista. Quando uma gestante é diagnosticada com DG, ela deve procurar um nutricionista imediatamente, pois o uso de medicamentos para controle da glicose é uma SEGUNDA opção de tratamento. Isso porque em parte dos casos, se a mulher segue as orientações nutricionais corretamente, sua glicemia é facilmente controlada pela dieta.
O Diabetes na gestação é algo muito sério e que pode causar consequências danosas a curto e longo prazo, tanto para mãe quanto para o bebê. Sendo assim, vamos cuidar do ganho de peso, da alimentação e saúde desse binômio tão importante.
Fazer um acompanhamento pré-natal corretamente, e contar com o profissional nutricionista nesta fase, faz toda a diferença.
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